Seguidores

sábado, 30 de janeiro de 2016

CURSO DE MECÂNICA DE MOTOS


BOM GALERA COMO COMENTEI NA POSTAGEM ANTERIOR ESSE BLOG FOI CRIADO PARA QUEM QUER CONHECER MECÂNICA DE MOTO, POR ISSO ENTÃO VOU A PARTIR DE AGORA DAR INICIO A UM CURSO COMPLETO POSSIBILITANDO A VOCÊS ESTAREM APRENDENDO AS TÉCNICAS DE SERVIÇOS E INTERAGINDO ATRAVÉS DO BLOG COM PERGUNTAS TIRANDO SUAS DÚVIDAS, COM CERTEZA UMA EXCELENTE FERRAMENTA PARA QUEM ESTA AFIM DE APRENDER, É SÓ SE DEDICAR E PRATICAR

O CURSO ESTA DIVIDIDO EM 6 CAPÍTULOS SÃO ELES :

1° FREIOS

2° SUSPENSÃO

3°  CARBURADORES

4°  VELAS DE IGNIÇÃO

5°  MOTORES

6°  SISTEMA ELÉTRICO

 
BOM SEJAM BEM VINDOS VAMOS COMEÇAR E BOM APRENDIZADO A TODOS
______________________________________________________________________________


1° CAPITULO 
             FREIOS 
O funcionamento de um sistema de freios dá-se em função do atrito estabelecido entre um elemento não rotativo da motocicleta e um cubo da roda, ou disco, que gira solidariamente com a roda.O atrito produz a força necessária para reduzir a velocidade da motocicleta ao converter em calor a energia de movimento (cinética) da motocicleta.
Existem dois tipos básicos de freios: a TAMBOR e a DISCO. O mais antigo é o a tambor ainda muito utilizado em motocicletas nacionais de baixa cilindrada, principalmente nas rodas tarseiras, onde a força de frenagem é menor que na dianteira.O maior inconveniente deste sistema é a pouca refrigeração pois as lonas estão localizadas dentro do cubo da roda onde a refrigeração é precária e isto diminui a eficiência do sistema de freio.
FREIO A TAMBOR

Cada conjunto de freio a tambor  é formado por duas sapatas semicirculares, montadas numa placa fixa e localizadas em um cubo de roda que gira juntamente com a roda da motocicleta.A extremidade de cada sapata é articulada num eixo ou ponto fixo e a outra é mantida em contato através da ação de uma mola, com um eixo CAMES acionada por cabo.
Ao acionar a alavanca ou pedal de freio, aplica se uma força de tração no cabo ou na haste que estão conectadas ao braço do freio.Este braço ao ser acionado, permite girar o excêntrico do freio para expandir as sapatas.
O excêntrico do freio abre uma das extremidades das sapatas em forma de meia-lua.A outra extremidade das sapatas articula sobre um pino instalado no flange do freio. Ambas as sapatas pressionam a superfície interna do tambor para reduzir a velocidade de rotação do tambor.A sapata que está posicionada na parte dianteira em relação ao sentido da rotação é chamada de sapata principal. A sapata posicionada na parte traseira é conhecida como sapata secundária.
Ao se expandir, a sapata principal produz uma força de atrito maior do que a força aplicada em si própria, por que ela atua contra o sentido da rotação do tambor, devido à as posições do sistema.A sapata secundária é empurrada pela força de rotação do tambor e produz uma força de atrito menor do que a força que recebe.
Quando soltar a alavanca ou pedal, as sapatas retornam à posição original, devido à ação da mola de retorno, e mantém uma folga apropriada.Esse sistema é o mecanismo de freio mais simples e fácil de manusear, portanto é o mais utilizados nas motocicletas de baixa cilindradas.

PRINCIPAIS DEFEITOS DO SISTEMA DE FREIO A TAMBOR MECÂNICO
  • AJUSTE INCORRETO DO CABO DE FREIO
  • LONAS DE FREIOS GASTAS
  • TAMBOR DE FREIO GASTO (CUBO DA RODA)
  • EIXO DE CAMES GASTO (NÃO ACIONANDO DEVIDAMENTE AS SAPATAS)
  • CABO DE FREIO NECESSITANDO DE LUBRIFICAÇÃO
  • LONAS DE FREIO CONTAMINADAS (COM ÓLEO OU GRAXA)
  • TAMBOR DE FREIO CONTAMINADO(COM ÓLEO OU GRAXA
  • ENGATE INADEQUADO ENTRE O SERRILHADO DO EIXO DE CAMES E O BRAÇO DE ACIONAMENTO
ATENÇÃO:

AS LONAS DE FREIOS SÃO CONFECCIONADAS CO MATERIAL À BASE DE FIBRAS DE AMIANTO.QUANDO FOR EFETUADA A LIMPEZA DO CUBO DA RODA, NUNCA UTILIZE AR COMPRIMIDO PARA A LIMPAR O CONJUNTO DE FREIO. A INALAÇÃO DESSE PÓ PODE CAUSAR SÉRIAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS E CÂNCER.


Se o tambor (parte interna do cubo da roda) estiver com sinais de ferrugem, utilize uma lixa n°120, para remover todo resíduo. Em caso de dúvida meça o diâmetro interno desse tambor e compare-o com o fornecido pelo fabricante da moto.Tambores gastos e com diâmetros maiores provocam menor eficiência na frenagem.
Quando for fazer a montagem do sistema o mecânico deverá colocar pequena porção de graxa no eixo de cames para garantir livre movimento, principalmente de retorno quando o cabo deixa de ser acionado.Evite contato da graxa com as lonas e com a superfície do tambor! Se necessário limpe as superfícies contaminadas com graxa com produto desengraxante apropriado.

FREIO A DISCO HIDRAULICO

O freio a disco é formado por um disco de aço sobre o qual atua as pastilhas de atrito, acionadas por cilindros hidráulicos. Esse disco de aço gira juntamente com a roda da motocicleta e, em determinado ponto, é parcialmente circundado por dois suportes (pinças) que contêm as duas pastilhas, uma de cada lado do disco. Existem numerosas variações desse sistema, embora elas sejam de pequena importância para a compreensão de seu principio de funcionamento.
A grande vantagem desse sistema a disco é que ele é menos sensível ao efeito do calor que os freios a tambor, pois na maioria dos casos são bem ventilados pelo ar que os circunda.
Os discos são geralmente usinados com ranhuras para remover a poeira ou sujeira, impedindo assim ressonâncias.Contrário ao imaginado por muitos, os orifícios usinados no disco de freio não auxiliam muito na refrigeração, justamente por serem perpendiculares ao fluxo de ar.
O sistema hidráulico é formado por um cilindro mestre (burrinho),cilindros da roda e flexíveis (mangueiras especiais) de ligação.

FUNCIONAMENTO DO SISTEMA:
Um manete de freio ou pedal aciona u pistão do cilindro mestre, comprimindo-o de modo que o fluido de freio existente no sistema é comprimido e sobre ele é aplicada uma pressão.Como todo líquido é incompressível, uma pressão aplicada nesse ponto se transmite a todos os pontos onde esse fluído circula, no caso na outra extremidade, onde se encontra um outro pistão (na roda ).Esse pistão após receber essa pressão força as pastilhas contra o disco em movimento conjunto com a roda provocando atrito entre as superfícies de contato, frenando o veiculo.Quando o manete ou pedal é liberado, o pistão volta a sua posição original deixando de forçar o disco.
A grande vantagem desse sistema é que a força de frenagem que  o piloto efetua no manete é sensivelmente reduzida graças á multiplicação de forças provocada pela diferença de diâmetros entre os pistões do cilindro mestre e das rodas.Desta maneira um pequeno esforço no manete se traduz em grande poder de frenagem na roda.

SANGRIA

o sistema de frenagem hidráulico só pode transmitir pressão normalmente se pelo flexível existir apenas líquidos (fluído de freio) puro, isto é, sem bolhas de ar.Quando há bolhas de ar o freio perde sua eficacia e tornar- se o que popularmente conhece-nos de (FREIO BORRACHUDO)
Sangria é o processo pelo qual deve se retirar o ar do sistema para que se tenha 100% de funcionamento do freio.

COMO FAZER A SANGRIA

  1. RETIRE A TAMPA DO RESERVATÓRIO E O DIAFRAGMA E COMPLETE O NIVEL
  2. COLOQUE UMA PEQUENA MANGUEIRA NA VÁLVULA DE SANGRIA LOCALIZADA NA PINÇA PRÓXIMA A RODA 
  3. INSIRA A MANGUEIRA DENTRO DE UM COPO TRANSPARENTE PARA QUE O FLUÍDO SEJA DESPEJADO DENTRO (NÃO SERÁ REUTILIZADO)
  4. APERTE FIRMEMENTE A ALAVANCA DE FREIO E SOLTE A VÁLVULA DE SANGRIA, AFROUXANDO POR CERCA DE 1/4 DE VOLTA O PARAFUSO.O FLUIDO DRENARÁ PELA MANGUEIRA EM DIREÇÃO AO COPO DE VIDRO.
  5. APERTE NOVAMENTE A VÁLVULA DE SANGRIA E SÓ ENTÃO SOLTE A ALAVANCA DE FREIO.
  6. REPITA ESTA OPERAÇÃO ATÉ QUE DESAPAREÇAM AS BOLHAS DE AR DO SISTEMA QUE SAEM PELA VÁLVULA DE SANGRIA 
  7. MANTENHA O NÍVEL DE RESERVATÓRIO SEMPRE NO NÍVEL MÁXIMO DURANTE TODA A OPERAÇÃO
  8. VERIFIQUE SE NÃO HÁ VAZAMENTOS NO SISTEMA 
  9. O CURSO DA ALAVANCA DE FREIO É DE APROXIMADAMENTE 20MM
FLUIDO DE FREIO HIDRÁULICO

A principal característica do fluido de freio é a de resistir ao calor proveniente do atrito de frenagem sem ferver.As designações DOT3 e DOT4 especificam justamente essa propriedade.Quanto maior for o numero, mais alto será seu ponto de ebulição.É necessário que o fluido de freio tenha seu ponto de ebulição alto, de forma que o fluido não ferva dentro da tubulação do freio em consequência da elevação da temperatura das pastilhas de freio. Se o fluido de freio ferver haverá uma perda drástica na força de frenagem por causa das bolhas de vapor que se formam dentro da tubulação .
Sempre que for adicionar fluido de freio é altamente recomendável que seja usada a mesma marca e sempre a mesma especificação.Nunca misture DOT3 com o DOT4. Na dúvida retire todo o fluido e substitua pelo DOT4 . Aproveite para fazer a limpeza e revisão completa no sistema.
Não estoque por muito tempo o fluido pois ele absorve muita umidade do ar isso compromete sua eficiência.
CUIDADO FLUIDO DANIFICA PINTURA E PARTES PLÁSTICAS E BORRACHA
  • cuidado extremo ao completar o nível(não aconselhável)
  • limpe as superfícies deslizantes das pastilhas de freio com material de limpeza de freio adequado
  • substitua as pastilhas de freios sempre que estiverem gastas ou contaminadas com fluido ou graxa
  • efetue sempre uma sangria no sistema sempre que ele for desmontado ou simplesmente trocado as pastilhas 
  • pastilhas vitrificadas causam barulhos durante a frenagem isso ocorre por super aquecimentos deverão ser substituídas 
  • substitua sempre as arruelas de vedação da tubulação de flexíveis por novas para assegurar perfeita vedação
  • substitua o fluido a cada 2 anos 
  • substitua o flexível a cada 4 anos

NUNCA UTILIZAR GASOLINA, DIESEL, QUEROSENE OU QUALQUER OUTRO DERIVADO DE PETRÓLEO PARA A LIMPEZA DOS COMPONENTES, POIS ATACA AS PARTES DE BORRACHA.

SUBSTITUIÇÃO DO CILINDRO MESTRE (REPARO)




Verifique se o cilindro mestre não apresenta escoriações, riscos ou sinais de desgaste.Substitua sempre que necessário, juntamente com a mola, os retentores e o anel elástico, mesmo que somente umas dessas peças esteja apresentando defeito

APLIQUE FLUIDO DE FREIO NO RETENTOR ANTES DE MONTÁ LO E CERTIFIQUE-SE QUE TODAS AS PEÇAS ESTÃO LIMPAS E ISENTAS DE PÓ






Blog criado com o intuito de contribuir para o conhecimento técnico de apaixonados por mecânica de moto e que queiram aprender simplesmente por hobby ou aprimorar-se profissionalmente

BEM VINDOS AO MOTO NA VEIA


Olá, galera sou José Roberto trabalho com mecânica de motos desde 2001, também ministro cursos de mecânica de motos para iniciantes na área e palestras e cursos de qualificação para profissionais do ramo, neste blog estaremos oferecendo passo a passo aprendizado sobre mecânica, em breve estaremos postando videos de como fazer você mesmo as manutenções em sua própria moto ou prestar um serviço para alguém, e para você que já trabalho no ramo a chance de ampliar seus conhecimentos, vou contar sempre com a presença e participação de vocês, então até logo e aproveitem abraços.