BOM GALERA COMO COMENTEI NA POSTAGEM ANTERIOR ESSE BLOG FOI CRIADO PARA QUEM QUER CONHECER MECÂNICA DE MOTO, POR ISSO ENTÃO VOU A PARTIR DE AGORA DAR INICIO A UM CURSO COMPLETO POSSIBILITANDO A VOCÊS ESTAREM APRENDENDO AS TÉCNICAS DE SERVIÇOS E INTERAGINDO ATRAVÉS DO BLOG COM PERGUNTAS TIRANDO SUAS DÚVIDAS, COM CERTEZA UMA EXCELENTE FERRAMENTA PARA QUEM ESTA AFIM DE APRENDER, É SÓ SE DEDICAR E PRATICAR
O CURSO ESTA DIVIDIDO EM 6 CAPÍTULOS SÃO ELES :
1° FREIOS
2° SUSPENSÃO
3° CARBURADORES
4° VELAS DE IGNIÇÃO
5° MOTORES
6° SISTEMA ELÉTRICO
BOM SEJAM BEM VINDOS VAMOS COMEÇAR E BOM APRENDIZADO A TODOS
______________________________________________________________________________
1° CAPITULO
FREIOS
O funcionamento de um sistema de freios dá-se em função do atrito estabelecido entre um elemento não rotativo da motocicleta e um cubo da roda, ou disco, que gira solidariamente com a roda.O atrito produz a força necessária para reduzir a velocidade da motocicleta ao converter em calor a energia de movimento (cinética) da motocicleta.
Existem dois tipos básicos de freios: a TAMBOR e a DISCO. O mais antigo é o a tambor ainda muito utilizado em motocicletas nacionais de baixa cilindrada, principalmente nas rodas tarseiras, onde a força de frenagem é menor que na dianteira.O maior inconveniente deste sistema é a pouca refrigeração pois as lonas estão localizadas dentro do cubo da roda onde a refrigeração é precária e isto diminui a eficiência do sistema de freio.
FREIO A TAMBOR
Cada conjunto de freio a tambor é formado por duas sapatas semicirculares, montadas numa placa fixa e localizadas em um cubo de roda que gira juntamente com a roda da motocicleta.A extremidade de cada sapata é articulada num eixo ou ponto fixo e a outra é mantida em contato através da ação de uma mola, com um eixo CAMES acionada por cabo.
Ao acionar a alavanca ou pedal de freio, aplica se uma força de tração no cabo ou na haste que estão conectadas ao braço do freio.Este braço ao ser acionado, permite girar o excêntrico do freio para expandir as sapatas.
O excêntrico do freio abre uma das extremidades das sapatas em forma de meia-lua.A outra extremidade das sapatas articula sobre um pino instalado no flange do freio. Ambas as sapatas pressionam a superfície interna do tambor para reduzir a velocidade de rotação do tambor.A sapata que está posicionada na parte dianteira em relação ao sentido da rotação é chamada de sapata principal. A sapata posicionada na parte traseira é conhecida como sapata secundária.
Ao se expandir, a sapata principal produz uma força de atrito maior do que a força aplicada em si própria, por que ela atua contra o sentido da rotação do tambor, devido à as posições do sistema.A sapata secundária é empurrada pela força de rotação do tambor e produz uma força de atrito menor do que a força que recebe.
Quando soltar a alavanca ou pedal, as sapatas retornam à posição original, devido à ação da mola de retorno, e mantém uma folga apropriada.Esse sistema é o mecanismo de freio mais simples e fácil de manusear, portanto é o mais utilizados nas motocicletas de baixa cilindradas.
PRINCIPAIS DEFEITOS DO SISTEMA DE FREIO A TAMBOR MECÂNICO
- AJUSTE INCORRETO DO CABO DE FREIO
- LONAS DE FREIOS GASTAS
- TAMBOR DE FREIO GASTO (CUBO DA RODA)
- EIXO DE CAMES GASTO (NÃO ACIONANDO DEVIDAMENTE AS SAPATAS)
- CABO DE FREIO NECESSITANDO DE LUBRIFICAÇÃO
- LONAS DE FREIO CONTAMINADAS (COM ÓLEO OU GRAXA)
- TAMBOR DE FREIO CONTAMINADO(COM ÓLEO OU GRAXA
- ENGATE INADEQUADO ENTRE O SERRILHADO DO EIXO DE CAMES E O BRAÇO DE ACIONAMENTO
AS LONAS DE FREIOS SÃO CONFECCIONADAS CO MATERIAL À BASE DE FIBRAS DE AMIANTO.QUANDO FOR EFETUADA A LIMPEZA DO CUBO DA RODA, NUNCA UTILIZE AR COMPRIMIDO PARA A LIMPAR O CONJUNTO DE FREIO. A INALAÇÃO DESSE PÓ PODE CAUSAR SÉRIAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS E CÂNCER.
Se o tambor (parte interna do cubo da roda) estiver com sinais de ferrugem, utilize uma lixa n°120, para remover todo resíduo. Em caso de dúvida meça o diâmetro interno desse tambor e compare-o com o fornecido pelo fabricante da moto.Tambores gastos e com diâmetros maiores provocam menor eficiência na frenagem.
Quando for fazer a montagem do sistema o mecânico deverá colocar pequena porção de graxa no eixo de cames para garantir livre movimento, principalmente de retorno quando o cabo deixa de ser acionado.Evite contato da graxa com as lonas e com a superfície do tambor! Se necessário limpe as superfícies contaminadas com graxa com produto desengraxante apropriado.
FREIO A DISCO HIDRAULICO
O freio a disco é formado por um disco de aço sobre o qual atua as pastilhas de atrito, acionadas por cilindros hidráulicos. Esse disco de aço gira juntamente com a roda da motocicleta e, em determinado ponto, é parcialmente circundado por dois suportes (pinças) que contêm as duas pastilhas, uma de cada lado do disco. Existem numerosas variações desse sistema, embora elas sejam de pequena importância para a compreensão de seu principio de funcionamento.
A grande vantagem desse sistema a disco é que ele é menos sensível ao efeito do calor que os freios a tambor, pois na maioria dos casos são bem ventilados pelo ar que os circunda.
Os discos são geralmente usinados com ranhuras para remover a poeira ou sujeira, impedindo assim ressonâncias.Contrário ao imaginado por muitos, os orifícios usinados no disco de freio não auxiliam muito na refrigeração, justamente por serem perpendiculares ao fluxo de ar.
O sistema hidráulico é formado por um cilindro mestre (burrinho),cilindros da roda e flexíveis (mangueiras especiais) de ligação.
FUNCIONAMENTO DO SISTEMA:
Um manete de freio ou pedal aciona u pistão do cilindro mestre, comprimindo-o de modo que o fluido de freio existente no sistema é comprimido e sobre ele é aplicada uma pressão.Como todo líquido é incompressível, uma pressão aplicada nesse ponto se transmite a todos os pontos onde esse fluído circula, no caso na outra extremidade, onde se encontra um outro pistão (na roda ).Esse pistão após receber essa pressão força as pastilhas contra o disco em movimento conjunto com a roda provocando atrito entre as superfícies de contato, frenando o veiculo.Quando o manete ou pedal é liberado, o pistão volta a sua posição original deixando de forçar o disco.
A grande vantagem desse sistema é que a força de frenagem que o piloto efetua no manete é sensivelmente reduzida graças á multiplicação de forças provocada pela diferença de diâmetros entre os pistões do cilindro mestre e das rodas.Desta maneira um pequeno esforço no manete se traduz em grande poder de frenagem na roda.
SANGRIA
o sistema de frenagem hidráulico só pode transmitir pressão normalmente se pelo flexível existir apenas líquidos (fluído de freio) puro, isto é, sem bolhas de ar.Quando há bolhas de ar o freio perde sua eficacia e tornar- se o que popularmente conhece-nos de (FREIO BORRACHUDO)
Sangria é o processo pelo qual deve se retirar o ar do sistema para que se tenha 100% de funcionamento do freio.
COMO FAZER A SANGRIA
- RETIRE A TAMPA DO RESERVATÓRIO E O DIAFRAGMA E COMPLETE O NIVEL
- COLOQUE UMA PEQUENA MANGUEIRA NA VÁLVULA DE SANGRIA LOCALIZADA NA PINÇA PRÓXIMA A RODA
- INSIRA A MANGUEIRA DENTRO DE UM COPO TRANSPARENTE PARA QUE O FLUÍDO SEJA DESPEJADO DENTRO (NÃO SERÁ REUTILIZADO)
- APERTE FIRMEMENTE A ALAVANCA DE FREIO E SOLTE A VÁLVULA DE SANGRIA, AFROUXANDO POR CERCA DE 1/4 DE VOLTA O PARAFUSO.O FLUIDO DRENARÁ PELA MANGUEIRA EM DIREÇÃO AO COPO DE VIDRO.
- APERTE NOVAMENTE A VÁLVULA DE SANGRIA E SÓ ENTÃO SOLTE A ALAVANCA DE FREIO.
- REPITA ESTA OPERAÇÃO ATÉ QUE DESAPAREÇAM AS BOLHAS DE AR DO SISTEMA QUE SAEM PELA VÁLVULA DE SANGRIA
- MANTENHA O NÍVEL DE RESERVATÓRIO SEMPRE NO NÍVEL MÁXIMO DURANTE TODA A OPERAÇÃO
- VERIFIQUE SE NÃO HÁ VAZAMENTOS NO SISTEMA
- O CURSO DA ALAVANCA DE FREIO É DE APROXIMADAMENTE 20MM
FLUIDO DE FREIO HIDRÁULICO
A principal característica do fluido de freio é a de resistir ao calor proveniente do atrito de frenagem sem ferver.As designações DOT3 e DOT4 especificam justamente essa propriedade.Quanto maior for o numero, mais alto será seu ponto de ebulição.É necessário que o fluido de freio tenha seu ponto de ebulição alto, de forma que o fluido não ferva dentro da tubulação do freio em consequência da elevação da temperatura das pastilhas de freio. Se o fluido de freio ferver haverá uma perda drástica na força de frenagem por causa das bolhas de vapor que se formam dentro da tubulação .
Sempre que for adicionar fluido de freio é altamente recomendável que seja usada a mesma marca e sempre a mesma especificação.Nunca misture DOT3 com o DOT4. Na dúvida retire todo o fluido e substitua pelo DOT4 . Aproveite para fazer a limpeza e revisão completa no sistema.
Não estoque por muito tempo o fluido pois ele absorve muita umidade do ar isso compromete sua eficiência.
CUIDADO FLUIDO DANIFICA PINTURA E PARTES PLÁSTICAS E BORRACHA
- cuidado extremo ao completar o nível(não aconselhável)
- limpe as superfícies deslizantes das pastilhas de freio com material de limpeza de freio adequado
- substitua as pastilhas de freios sempre que estiverem gastas ou contaminadas com fluido ou graxa
- efetue sempre uma sangria no sistema sempre que ele for desmontado ou simplesmente trocado as pastilhas
- pastilhas vitrificadas causam barulhos durante a frenagem isso ocorre por super aquecimentos deverão ser substituídas
- substitua sempre as arruelas de vedação da tubulação de flexíveis por novas para assegurar perfeita vedação
- substitua o fluido a cada 2 anos
- substitua o flexível a cada 4 anos
NUNCA UTILIZAR GASOLINA, DIESEL, QUEROSENE OU QUALQUER OUTRO DERIVADO DE PETRÓLEO PARA A LIMPEZA DOS COMPONENTES, POIS ATACA AS PARTES DE BORRACHA.
SUBSTITUIÇÃO DO CILINDRO MESTRE (REPARO)
Verifique se o cilindro mestre não apresenta escoriações, riscos ou sinais de desgaste.Substitua sempre que necessário, juntamente com a mola, os retentores e o anel elástico, mesmo que somente umas dessas peças esteja apresentando defeito
APLIQUE FLUIDO DE FREIO NO RETENTOR ANTES DE MONTÁ LO E CERTIFIQUE-SE QUE TODAS AS PEÇAS ESTÃO LIMPAS E ISENTAS DE PÓ